Por Chiara Quintão — De São Paulo
30/01/2020 05h00
A Eternit planeja iniciar, em maio, sua produção de telhas de concreto e fibrocimento com painéis fotovoltaicos e, no começo do segundo semestre, as vendas dos produtos. Segundo o presidente, Luís Augusto Barbosa, informou ao Valor, a Eternit vai vender solução completa ao cliente, incluindo telhas, inversores e chicotes (fios que ligam telhas aos inversores).
A atuação no segmento ocorrerá pela controlada Tégula Solar, em fase de criação. A divisão das marcas de telhas de concreto e fibrocimento com painéis fotovoltaicos também será chamada de Tégula Solar, e a das marcas da linha fotovoltaica em fibrocimento, de Eternit Solar.
Ainda não é possível, de acordo com o executivo, estimar qual será a participação das telhas com células fotovoltaicas de silício monocristalino na receita da Eternit, mas “as expectativas são positivas”. A companhia não divulga os investimentos no segmento. “Os valores são baixos diante das perspectivas do que o negócio traz”, diz Barbosa. Quase todos os aportes foram com recursos próprios.
A Eternit fechou acordo com um fornecedor nacional de inversores, que atua na área de equipamentos para o setor elétrico, e tem conversas com três empresas que produzem chicotes. Hoje, assinará acordo de cooperação técnica com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que fará testes de durabilidade e exposição ao ar livre do produto. No fim de 2019, a Eternit fechou acordo com a Universidade de São Paulo (USP) para testes de conexões elétricas.
“Até agora, os testes confirmaram o bom desempenho do produto”, afirma Barbosa.
Em maio e junho, a produção dos kits de telhas, inversores e chicotes será piloto. Os produtos serão direcionados para aplicações residenciais e comerciais de clientes específicos. A unidade da controlada Tégula, em Atibaia (SP), terá cocar sapacidade mensal para 90 mil telhas solares de concreto, com possibilidade de produzir também o modelo em fibrocimento.
Em agosto do ano passado, a Eternit divulgou que atuaria no segmento e informou que o novo negócio integra plano estratégico que abrange reestruturação, mudanças tecnológicas decorrentes da suspensão do uso do amianto e recuperação judicial.
Segundo a Eternit, sua telha fotovoltaica em concreto possibilita de 10% a 20% de economia no total da compra e instalação se comparada aos módulos solares e às estruturas convencionais sobre telhados comuns.
Comentário de Fernanda Giannasi
Para investir na NOVA TECONOLOGIA SOLAR, a ETERNIT tem recursos; para pagar as indenizações às vítimas do amianto, ela alega dívidas imensas e joga para as calendas (vulgo recuperação judicial).