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A produção, venda e uso de materiais com o produto, extraído da única mina brasileira em Minaçu, foram proibidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2017, depois que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou o amianto cancerígeno e prejudicial ao meio ambiente. Em fevereiro, a Sama paralisou suas atividades e, em maio, demitiu 400 funcionários. À parte a questão no mínimo esdrúxula de uma lei estadual tentar dar a volta em uma decisão da Corte superior, esse episódio goiano serve para ilustrar a realidade nacional pós-Bolsonaro. Rero-me ao desprestígio do meio ambiente. Liderado por políticos da direita bolsonarista ou com forte ligação com acordo de livre-comércio no mês passado.

Por aqui, assistimos ataques quase diários ao meio ambiente, como o aumento do licenciamento de agrotóxicos, contestação pelo presidente Jair Bolsonaro de dados cientícos sobre o aumento do desmatamento, enfraquecimento do Ministério do Meio Ambiente, ameaças ao Fundo da Amazônia etc., etc. A Europa é o segundo maior destino dos produtos brasileiros, assim como dos goianos, atrás apenas da China e na frente dos Estados Unidos, com quem o presidente Bolsonaro se aliou. Espanha, Itália e Holanda revezam-se na segunda colocação de maiores clientes de Goiás. Há anos atitudes de sustentabilidade fazem parte do cotidiano dos europeus e agora também são ativos comerciais. Os raros desprevenidos que se esquecem de levar sacolas aos supermercados pagam 9 centavos de euro por uma. Na Alemanha consumidores já levam de casa o copo para colocar café que compram nas cafeterias, mas que vão beber nas ruas.

complexas nas vinhas (o combate às pragas tem de ser natural) e no processo de vinicação. Grandes marcas de roupas, como Mango, Zara e H&M, exibem em suas vitrines roupas com um valor agregado: 100% algodão orgânico. Espanha e Alemanha discutem leis de restrições ao uso de diesel em carros de passeio. Na Alemanha da conservadora primeira-ministra Angela Merkel há um debate polêmico sobre a proibição de circulação de carros a diesel nas ruas do centro das grandes cidades. Nos últimos 20 anos os alemães investiram centenas de milhões de euros para devolver seus córregos e rios aos leitos naturais. É como se a prefeitura de Goiânia destruísse a canalização do Córrego Botafogo e a Avenida Marginal para lhe devolver o leito e as margens. O Rio Isar, que corta Munique de ponta a ponta, passou por esse processo. Atualmente suas águas são límpidas. No verão, milhares de banhistas, grupos de amigos e famílias se reúnem ao longo de suas margens para aproveitar o que a natureza tem de melhor.

República e do ministro do Meio Ambiente. Se resta dúvida do signicado dessa postura governista, veja o que disse o embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybañez, em entrevista à CBN, na terça-feira (23) ao comentar a nalização do acordo de livre-comércio com Mercosul: “Meio ambiente e direitos humanos são compromissos das duas partes (a UE e o Mercosul). Elas consideram esses elementos essenciais. Nos processos de raticações nos países, os Parlamentos vão mirar esses elementos”. Em outras palavras, o Brasil (Goiás junto) corre o risco de perder dinheiro. Sem falar nos demais prejuízos.