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Eles já estavam nesta condição desde o último dia 11 de março, enquanto aguardam um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de efeito suspensivo para que a mina continue funcionando até o julgamento dos embargos declaratórios, que pediram o fechamento modular da unidade durante um prazo de 10 anos.Mas, como a corte ainda não se pronunciou sobre o assunto e a empresa propôs aos trabalhadores um novo período de licença não remunerada, ou seja, sem o recebimento de salários. Como uma decisão do STF baniu o uso do amianto no País, atualmente a mina está produzindo amianto apenas para exportação.Ontem, durante uma assembleia, os trabalhadores aceitaram a proposta da empresa, mas com um placar apertado: foram 115 votos a favor da interrupção do contrato de trabalho por mais 15 dias, 107 contrários e 1 nulo. Vale lembrar que, durante este período, além de não receberem salários, os trabalhadores ainda ficam sem direitos como férias, 13º salário e FGTS deste período.Mas o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústria Extrativas e Beneficiamento de Minaçu, Ademan Araújo Filho, o Chiru, informa que os funcionários conseguiram da empresa a liberação dos planos de saúde, plano odontológico, cartão de alimentação de R$ 350 e uma antecipação de 50% do 13º salário para conseguirem se manter sem os salários durante este período.Mesmo assim, ele lembra que terão de fazer sacrifícios e, aqueles que têm, devem usar suas economias neste momento difícil para a empresa. “Quem não tem, certamente terá que se endividar, na esperança de que o STF se manifeste nos próximos 15 dias, autorizando a empresa a trabalhar. Do contrário, será decretar falência e só Deus sabe o que acontecerá com nossos empregos e direitos”, avaliou. Sem produção, a empresa teme perder seus contratos de exportação, causando a descontinuidade das operações da mina de forma irreversível e riscos aos trabalhadores de não receberem seus direitos trabalhistas. Procurado pela reportagem, a assessoria do STF informou que a corte suprema ainda aguarda um parecer da Procuradoria Geral da República para se pronunciar.“Os clientes estão em compasso de espera. Não podemos manter essa situação de paralisação por muito tempo. É inviável financeira e comercialmente, pois já não estamos cumprindo contratos”, disse o presidente do Grupo Eternit, Luis Augusto Barbosa, recentemente. Até o fechamento desta edição, a empresa ainda não havia se posicionado sobre a decisão de ontem.

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