A utilização do amianto foi interrompida nas cinco fábricas da Eternit que produzem telhas, incluindo unidades de Goiânia e Anápolis. Em novembro de 2017, o Superior Tribunal Federal (STF) baniu o uso do produto no Brasil, mas liminar da ministra Rosa Weber suspendeu os efeitos da decisão até a publicação dos acórdãos. Quando isso ocorrer, a Eternit apresentará agravo para pedir manutenção da exportação de amianto até esgotar a reserva da mina, que tem prazo entre 30 e 40 anos.
A substituição da fibra mineral pela sintética foi feita gradualmente ao longo dos últimos anos e concluída no fim de 2018. O presidente da Eternit, Luis Augusto Barcelos Barbosa, explica que a decisão acompanhou uma tendência de mercado, que vem deixando de consumir produtos com amianto. Os investimentos na adaptação dos equipamentos e do processo de produção para a conversão somaram R$ 25 milhões nos últimos anos. A empresa pediu recuperação judicial em março de 2018.
A produção atual da Sama é de cerca de 100 mil toneladas anuais de amianto crisotila. Boa parte deste volume já era exportada para países onde o produto é permitido para aplicações industriais, como Estados Unidos, Alemanha, Índia, Indonésia, Malásia e outros países asiáticos. A gradativa redução do uso interno provocou muitas demissões na Sama, que afetaram a economia de Minaçu: o número de trabalhadores já foi reduzido de 1,5 mil em 2015 para 280 atuais.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas de Minaçu e Região, Adelman Araújo, diz que já existia a expectativa de produção apenas para exportação. Segundo ele, outras demissões ocorrerão na fábrica da Precon, em Anápolis, que não fará a substituição da fibra. “Precisamos que a mina continue funcionando por, pelo menos, mais dez anos para prepararmos sua desativação total e o acerto para todos os trabalhadores”, destaca.
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